10 de novembro de 2012. Há quase 100 anos atrás, nos idos de 1913, um romance da autora Heleanor H. Porter gerou tamanho sucesso e notoriedade, a ponto de ser produzida mais uma dúzia de “continuações” das estórias da jovem Pollyanna, personagem e título da obra principal. Nos dias de hoje seria como um “Harry Potter” com um tipo de “magia” mais pé no chão.
A filosofia de vida de Pollyanna é centrada no que ela chama “o Jogo do Contente”, uma atitude otimista que aprendeu com o pai. Esse jogo consiste em encontrar algo para se estar contente, em qualquer situação por que passemos. Isso se originou com um incidente num Natal, quando Pollyanna, que estava achando que ia ganhar uma linda boneca, acabou recebendo um par de muletas. Imediatamente, o pai de Pollyanna aplicou o jogo, dizendo a ela para ver somente o lado bom dos acontecimentos — nesse caso, ficar contente porque “nós não precisamos delas!”.
Fui apresentado ao romance e o devorei sob o patrocínio, estímulo e acompanhamento do meu pai e do tio Procópio Monçores, sob o teto do qual eu, orfão de mãe viva, me abrigava. Era em 1946, quando eu contava com nove dos meus atuais setenta e seis anos. A segunda guerra mundial havia terminado deixando, a nós todos, cercados dos dissabores , incertezas e desconfortos gerados pelos rescaldos do conflito.
Então decidimos, os três, adotar o “Jogo do Contente” da Pollyanna e o adicionar em nossas vidas e, querem saber? A coisa funcionou e vem funcionando comigo, gerando resultados sempre satisfatórios em minha vida sempre bastante atrbulada.
Agora aqui estou residindo no Lar dos Idosos cercado por uma centena de companheiros, sendo que a maioria, infelizmente, tende a debitar suas agruras à injustiça Divina. Praticam a velhice doentia repleta de reclamações sem conseguirem ficar contentes, por exemplo, pela oportunidade que estamos dando – aos dirigentes, funcionários de diversas atividades e níveis, bem como aos voluntários e visitantes – de se doarem e regressarem aos lares felizes por estes gestos e intenções para conosco que, afinal de contas, poderemos vir a ser uma projeção de seus próprios futuros.
Lembrei deste episódio de minha vida, da personagem Pollyanna dessa leitura, quando abri o Facebook e descortinei o “desabafo” de uma das maravilhosas pessoas que nos emprestam uma boa parte de suas vidas nos assistindo, nos compreendendo e aceitando. Ela falava em máguas, em tristezas e até em ódio incontido, por razões ou pessoas em torno de si, sem dar espaços para lembrar-se do quanto nos é importante.
O resultado… há o resultado foi ela tomar conhecimento, através dos comentários no mesmo Facebook, de uma caudalosa manifestação de afeto, carinho e atenção que tenho certeza vai elevar sua auto estima .
Então, amigos leitores, acredito piamente que vale a pena embarcar na filosofia do “Jogo do Contente” praticada pela personagem …
…Pollyanna
Seu Jura! Vc sempre nos surpreende com o brilhantismo das suas crônicas. Como é bom ligar o computador e nos depararmos com um novo post seu, o dia fica mais alegre!…
Menos! Paulo. Menos. rsrsrs De qualquer forma, grato pelo imlso!
Então, aqui vai o meu muito obrigada por conhece-lo e me fazer “Pollyanna” toda vez que te leio!!!! grande abraço da prof. Liz e a equipe de robótica Cyber Rex.
Republicou isso em Espaço de Jurandyre comentado:
Terça-feira, 10 de novembro de 2020… Que bom um “reblog” de dez anos, fazendo-me lembrar Polyana.